Localizada entre a Avenida João Paulo II e o igarapé Tucunduba, a área tem alagamentos constantes e a população sofre com prejuízos materiais e doenças. Cansados de esperar, preparam protesto e exigem obras da macrodenagem do Tucunduba
Cansados de esperar uma solução da Prefeitura de Belém e do governo do Estado para o grave problema de falta de saneamento, moradores da área conhecida como "Baixada do Marco" decidiram realizar ato de protesto contra o estado de abandono em que se encontram. A área está localizada, de um lado, entre a Avenida João Paulo II e o canal do Tucunduba e, de outro, entre as travessas Vileta e Lomas Valentinas.
A
decisão foi tomada em assembleia geral, na noite da sexta-feira passada,
no Centro Paroquial São Francisco Xaver, localizado na Travessa
Mauriti, entre as passagens Hortinha e São Marcos. Cerca de 250
moradores participaram da reunião, mas a data da manifestação pública não foi definida.
A área sofre constantes alagamentos por causa da falta de drenagem na maioria das vias públicas locais, falta de manutenção nas redes existentes e pela não realização das obras da segunda etapa do projeto de macrodrenagem do igarapé Tucunduba. A obra deveria ter sido realizada a partir de 2006, depois que a Prefeitura de Belém apresentou projeto para drenar as águas do Tucunduba. O projeto foi apresentado em outubro de 2005, com valor de R$ 20,4 milhões, e aprovado pelo Ministério das Cidades, mas não executado. Se executado, deveria estar beneficiando, hoje, mais de 200 mil pessoas.
Paralelamente, o governo do Estado também apresentou projeto para a mesma área, mas para cuidar da sua urbanização, inclusive indenização e remanejamento de moradores, saneamento e urbanização da área a ser beneficiada. Desde 2009, a parte da obra que cabe ao governo do Estado está sob responsabilidade da Companhia de Habitação do Pará (Cohab), mas o valor exato não é conhecido.
Na
presença de representante da Secretaria Municipal de Saneamento
(Sesan), eles denunciaram os repetidos prejuízos que vêm sofrendo com os
constantes alagamentos de suas residências pelas águas das chuvas e
esgotos, além do risco de contaminação por graves doenças. Denunciaram,
ainda, que os lixo não é recolhido há mais de duas semanas, e que as
redes de drenagem existentes não recebem manutenção há anos.
Em
resposta, o representante da Sesan afirmou desconhecer os dados do
projeto de urbanização do igarapé Tucunduba e que estava alí apenas para
ouvir. "Vou anotar as queixas de vocês e, depois, apresentarei um
relatório aos meus chefes", afirmou o engenheiro Carlos Passos. Ele
acabou sendo alvo da revolta dos moradores presentes.
Convidado, o governo do Estado não mandou representante. Também os Ministérios Públicos Estadual e Federal, a Prefeitura de Belém e as secretarias estadual e municipal de Saúde e Meio Ambiente fizeram o mesmo. A vereadora Vanessa Vasconcelos (PMDB) enviou dois assessores para acompanhar a reunião.
A assessoria da vereadora Vanessa sugeriu aos moradores que, além do protesto, também busquem o envolvimento e apoio de parlamentares. "Esta é uma obra cara demais, que precisa de recursos do governo federal, precisa de muitas mãos para ajudar na sua realização", afirmou José Maria Pedroso, assessor da vereadora.
Mas, segundo ela, o ato de protesto vai acontecer como forma de pressão às autoridades responsáveis pela execução e fiscalização das obras da segunda etapa do projeto de macrodrenagem do Tucunduba.
Através de sua assessoria, Vanessa Vasconcelos garantiu o apoio aos comunitários.
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