quarta-feira, junho 08, 2011

FIM DAS SACOLAS PLÁSTICAS PODE SER VOTADO NA PRÓXIMA TERÇA

Ambiente degradado pelo lixo, inclusive sacolas plásticas: uma realidade que poderá mudar para melhor com nova lei proposta por Vanessa

O uso de sacolas plásticas por supermercados e outros setores do comércio de Belém poderá ser proibido e substituído por outras produzidas com material biodegradável. Isso se os vereadores de Belém aprovarem, na próxima semana, projeto de autoria da vereadora Vanessa Vasconcelos (PMDB) com essa proposição.

O projeto da vereadora já está na pauta de votação da Câmara Municipal, como item 199, "mas posso pedir inversão da pauta para que ele possa ser votado já na próxima terça-feira", informou Vanessa.

Com pareceres favoráveis em todas as comissões técnicas permanentes da Casa por onde tramitou, o projeto poderia ter sido votado já nesta semana, mas sua autora foi procurada por dirigentes da Associação Paraense de Supermercados (Aspas) para discutir e apresentar sugestões.

"Os diligentes supermercadistas apresentaram algumas sugestões pertinentes, que estão sob análise de minha assessoria, e devo me reunir com eles para debater e pactuar propostas que sejam consensuais, de interesse comum com sociedade", afirmou Vanessa.

No entendimento da vereadora, as mudanças que serão introduzidas pela nova lei deverão ser assimiladas e absorvidas por toda a sociedade e não apenas pelo setor empresarial. "A responsabilidade pelas mudanças de hábitos nocivos ao meio ambiente e ao próprio homem, com a adoção de práticas ecologicamente positivas, deve ser de todos", argumentou Vanessa.

O projeto da vereadora propõe a substituição das unidades plásticas por sacolas ecológicas, biodegradáveis. “Mas estou estudando a proposta de sacolas de plástico oxibiodegradável, que contém um aditivo químico que acelera a decomposição em contato com a terra, a luz ou a água”, anunciou Vanessa. O prazo de degradação desse material é até 100 vezes menor - ou seja, uma sacola leva apenas três anos para desaparecer.

As sacolas de plástico comum demoram cerca de 300 anos para desaparecer no meio ambiente. No mundo inteiro, 500 bilhões de unidades são produzidas a cada ano, o equivalente a 1,4 bilhão por dia ou a 1 milhão por minuto. No Brasil, a cada mês, os supermercados distribuem 1 bilhão de sacolas, o que corresponde a 66 sacolas por brasileiro/mês.
No total, são 210 mil toneladas de plástico filme, subproduto do petróleo, a matéria-prima das sacolas, ou 10% de todo o lixo do país. Não há dúvida: é muito lixo. 

Algumas alternativas estão sendo adotadas. Uma delas, muito popular na Europa e nos Estados Unidos, é o uso de sacolas de pano ou sacos e caixas de papel. Outra solução é a cobrança de uma taxa por sacola, como acontece na Irlanda desde 2002. O dinheiro é revertido em projetos ambientais.

O governo do Paraná saiu na frente e já distribui gratuitamente as sacolas oxibiodegradáveis à população. As cidades de Belo Horizonte e São Paulo tomaram a mesma decisão. Se a Câmara Municipal aprovar o projeto de Vanessa, na próxima semana, e o prefeito sancioná-lo, Belém será a quarta capital a estar na vanguarda ambiental de proteção ao meio ambiente - pelo menos na proibição de uso de sacolas plásticas agressivas a meio ambiente.

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